Fundador da Liga da Justiça, Jerominho é fuzilado no Rio

Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, foi vereador do Rio de Janeiro, pelo PMDB, por dois mandatos/Reprodução

Curiosos se aglomeram após o ataque que vitimou Jerominho na Estrada Guandu do Sapé, na Zona Oeste do Rio. Vídeo mostra a execução do ex-vereador (acima)/Reprodução 

O ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, conhecido como Jerominho, foi assassinado com tiros de fuzil na Estrada Guandu do Sapé, em Campo Grande, bairro da Zona Oeste do Rio, na tarde desta quinta-feira (4). O cunhado dele também foi baleado e está internado no Hospital Rocha Faria, com quadro estável.

Jerominho, apontado como um dos fundadores de uma milícia que atua na Zona Oeste da capital, foi atingido na perna e no abdômen. Ele chegou a ser levado para o Hospital Oeste D’Or, mas não resistiu.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o ataque dos criminosos.

Dos mandatos
Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, foi vereador do Rio de Janeiro, pelo PMDB, por dois mandatos, entre 2000 e 2008. Em 2004, foi eleito com 33.373 votos, e em 2000, com 20.560.

Mas, antes de terminar seu segundo mandato na Câmara Municipal do Rio, foi preso e permaneceu em penitenciárias federais por 11 anos. Em 1998, ele tentou uma vaga de deputado estadual, mas com 18.152 votos não conseguiu ser eleito. Ele concorreu pelo PSC.

Indiciado na CPI das Milícias
Jerominho foi um dos 227 indiciados na CPI das Milícias, que chegou ao fim na Alerj em 2008 e foi um marco contra o crime organizado no Rio.

Ao lado do irmão, o ex-deputado Natalino Guimarães, Jerominho é apontado como um dos criadores da milícia Liga da Justiça, que atua em Campo Grande, Zona Oeste do Rio. Na década de 70, os dois eram policiais civis.

O ex-parlamentar foi solto em 2018, após ser absolvido pelo último processo que respondia na época, em que era acusado de tentar matar um motorista de van em junho de 2005. No final de 2020, a Polícia Federal fez uma operação que teve a família Jerominho como alvo. A investigação descobriu que a
família queria ocupar postos no Executivo e no Legislativo para retomar o poder na Zona Oeste.

No fim de janeiro de 2022, o ex-vereador voltou a ser preso por extorsão a mão armada contra motoristas de vans, um crime cometido em 2005. Menos de uma semana depois, ele foi solto. Dias antes da prisão, o ex-vereador anunciou em uma rede social que pretendia se candidatar a deputado federal pelo Patriota.