Força-tarefa  da Polícia Civil prende 25 integrantes da milícia na Baixada e Rio 

Milícia

Policiais fizeram ações em depósitos de água. O miliciano Pedro Paulo Silva, vulgo ‘Neném’, foi preso em Vargem Pequena, na Zona Oeste do Rio/Reprodução/Arquivo Pessoal

Uma força-tarefa da Polícia Civil prendeu 25 pessoas já tinham sido presas durante operação realizada ontem contra a atuação de milícias em municípios da Baixada Fluminense. A corporação informou que o objetivo é prender milicianos, asfixiar fontes de renda e interromper comércios e serviços ilegais que geram lucro e são explorados pelos grupos criminosos.

Em Belford Roxo, um dos presos foi Pedro Paulo Silva de Oliveira, conhecido como Neném, comparsa de Orlando Curicica, ex-chefe das milícias de bairros como Curicica e Gardênia Azul, na Zona Oeste. Segundo as investigações, ele foi responsável por expulsar provedores de Internet oficiais para implementar os clandestinos explorados pela milícia em Belford Roxo.

Entourage
Em 2020, a polícia deflagrou a operação denominada Entourage (DHC/GAECO), para desarticular e prender milicianos da Zona Oeste do Rio. A ação se apoiava em dois inquéritos que tiveram início com as investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Na época, Orlando Curicica foi apontado como responsável por vários crimes praticados por milicianos na Zona Oeste.

A denúncia foi recebida e as prisões decretadas pelo II Tribunal do Júri e Neném era um dos alvos.

Os inquéritos policiais revelaram que o grupo operava na exploração ilegal de serviços de transporte, lazer, alimentação e segurança, cobrando taxas de proteção aos comerciantes da localidade, pedágios aos trabalhadores de transporte alternativos (vans e mototáxis), além de dominar associações de moradores das regiões.

Durante a ação, a polícia encontrou em Duque de Caxias um grande depósito de gás e venda de água, que atuava de forma irregular e era explorado pela milícia, que impedia a fiscalização e a concorrência, colocando os preços muito acima do patamar do mercado.

Receptação de carros roubados
Em Nova Iguaçu, uma pessoa ligada à milícia que fazia receptação de carros roubados para serem clonados e utilizados posteriormente por milicianos também foi presa. Participam da ação delegacias do Departamento Geral de Polícia Especializada e a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), com apoio do Procon-RJ e do Disque Denúncia.

Entre os crimes investigados estão exploração de atividades ilegais controladas pela milícia; cobranças irregulares de taxas de segurança e de moradia; instalações de centrais clandestinas de TV a cabo e de internet (gatonet/gatointernet); armazenamento e comércio irregular de botijões de gás e água; empresas de GNV ilegais; parcelamento irregular de solo urbano; exploração e construções irregulares, areais e outros crimes ambientais; comercialização de produtos falsificados; contrabando; descaminho; transporte alternativo irregular; estabelecimentos comerciais explorados pela milícia e utilizados para lavagem de dinheiro, entre outras ilegalidades.