Família tem dificuldades para liberar corpos de vítimas de desabamento em Rio das Pedras

Desabamento-01

Mais de 24 horas depois do desabamento de um prédio de quatro andares em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, que matou pai e filha, familiares estão enfrentando dificuldades para enterrar os corpos. Por conta do acidente, os documentos ficaram perdidos em meio aos blocos de concretos e tijolos.

Os corpos de Nathan Gomes de Souza, de 30 anos, e da pequena Maitê, de 2 anos, ainda estão no Instituto Médico Legal (IML) da Região Central do Rio. A família quer que pai e filha sejam velados juntos e sejam enterrados no mesmo local.

Sobrevivente após ficar mais de seis horas soterrada, Maria Quiara Abreu, de 26 anos, ainda não sabe da morte da filha e do marido. Ela segue internada no Hospital Municipal Miguel Couto, na Zona Sul do Rio. Seu estado de saúde é considerado grave.

O desabamento do imóvel ocorreu por volta das 3h20 desta quinta-feira. No prédio, moravam cerca de dez pessoas da mesma família. Os corpos de Natan e Maitê foram encontrados cerca de sete depois do acidente.

Além de Maria Quiara, outros três familiares foram resgatados do prédio, todos com ferimentos leves.

Segundo a Prefeitura do Rio, assim como muitos imóveis construídos em Rio das Pedras, o prédio onde a família vivia era irregular e não tinha documentos de habitação. O imóvel foi construído pelo pai de Natan e avô de Maitê.

De acordo com a prefeitura, mais de 180 imóveis irregulares foram demolidos na atual gestão. A Zona Oeste concentra o maior número de residências construídas de maneira ilegal.

Durante o período em que esteve em Rio das Pedras, o prefeito Eduardo Paes disse que “nem mesmo a presença de grupos criminosos vai impedir a prefeitura de trabalhar”.
O desabamento do prédio é investigado pela Polícia Civil. Uma Força-Tarefa que une quatro delegacias foi montada para apurar os fatos. Além das construções ilegais, a polícia vai investigar a presença de grupos paramilitares em Rio das Pedras.