Execução de jovem em Nova Iguaçu pode ter o envolvimento de integrante de milícia

Douglas Barbieri foi atacado a tiros por homens em um carro preto na Cerâmica

Vítima, que foi atingida por dois tiros, se relacionou com ex-namorada de paramilitar, que teria planejado vingança/Reprodução/Redes sociais

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga o possível envolvimento de um integrante da milícia no assassinato de um jovem em Nova Iguaçu. O crime ocorreu na noite do dia 3 deste mês, no bairro Cerâmica, região de atuação do grupo paramilitar.

Douglas Barbieri, que tinha 26 anos, foi executado com dois tiros na esquina das ruas Geni Saraiva com Paraguaçu por três ocupantes de um Honda Civic preto. O local fica a cerca de 50 metros da 3ª Companhia Destacada de Polícia Militar do 20º BPM (Mesquita). Ainda abalada com o crime, a família prefere não falar e diz apenas confiar no trabalho da Polícia Civil para elucidar o caso que é investigado sob sigilo.

Relacionamento rápido
Segundo informações apuradas pela reportagem, a morte de Douglas pode estar ligada a um breve relacionamento que ele teve com uma ex-namorada de um suposto miliciano em dezembro do ano passado. Os dois teriam se encontrado duas ou três vezes. Depois, a mulher se reconciliou com o suspeito e nos meses seguintes, descobriu estar grávida, mas sem saber quem seria o pai da futuro bebê. Um parente de Douglas disse que ele chegou a comentar com alguém da família que o filho não era dele.

Mesmo tendo reatado o namoro, a mulher continuava mantendo contato com Douglas através do WhatsApp e das redes sociais, o que teria enfurecido o integrante da milícia e o motivado a planejar a morte do jovem. O rapaz teria comentado com familiares que temia ser assassinado após saber que a pessoa com quem tinha mantido um relacionamento era ex-namorada de um paramilitar.

Certeza da impunidade 
O crime chocou moradores da Cerâmica onde Douglas nasceu e cresceu. Comentários postados nas redes sociais dizem que os assassinos continuam circulando pelo bairro com a sensação da certeza de impunidade.

Douglas, que era querido por todos e conhecido pela facilidade em fazer amizades, cursava Eletrotécnica e trabalhava em uma empreiteira da Light, concessionária de energia do RJ. Sempre muito família, ele era pai de uma menina de 6 anos, que agora terá que crescer enfrentando a ausência de uma das pessoas que mais amava no mundo.