Ex-vereadora Carminha Jerominho é presa em operação contra receptação

Carminha Jerominho é presa por receptação/Divulgação

Roubo de carga, no Galeão, há 1 ano: quadrilha oriunda da Maré. Lojista preso e material apreendido em loja no Centro do Rio/Divulgação 

A ex-vereadora do Rio Carminha Jerominho, filha de Jerônimo Guimarães Filho, conhecido como Jerominho, condenado por chefiar a maior milícia do Rio, foi detida na manhã de ontem por receptação de celulares roubados.
Outras 11 pessoas também foram presas na Operação “Cegueira Deliberada“, deflagrada pela Polícia Civil, que investiga a participação de paramilitares no contrabando de cargas de eletrônicos furtados. Os agentes estiveram em três endereços atrás da ex-parlamentar e só a encontraram na casa de uma vizinha.
Segundo a polícia, Carminha adquiriu dois celulares roubados. Ela disse que comprou os aparelhos em uma loja e que foram “um presente“.

Busca e apreensão
O objetivo da ação era cumprir mandados de busca e apreensão, no Rio e em Volta Redonda, no Sul do RJ, contra 26 alvos. Outros dois alvos foram identificados como policiais militares que agiam como receptores da mercadoria furtada. Os PMs foram conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar para prestar esclarecimentos
sobre a ocultação dos aparelhos.
De acordo com as investigações, a maioria dos aparelhos foi destinada para áreas dominadas por milícias, como Campo Grande, Sepetiba, Paciência, Itaguaí, Curicica, Tanque e Rio das Pedras, na Zona Oeste, para serem revendidos aos moradores.

Pena de até quatro anos de prisão
Todos os acusados vão responder pelo crime de receptação, que prevê até quatro anos de prisão. A operação foi desencadeada após dois meses de investigações e partiram de dois roubos de cargas no Rio.

Uma das ações foi no Terminal de Cargas do Galeão, no dia 7 de março de 2020. Um grupo fortemente armado levou mais de R$ 3 milhões em aparelhos telefônicos.
Outro ataque foi em Ipanema. Foram roubados R$ 120 mil em aparelhos na Rua Alberto de Campos. O nome da operação (Cegueira Deliberada) segundo a polícia, é uma referência ao fato de que muitos dos receptadores alegam desconhecer a origem ilícita do aparelho, mas não questionam de onde veio e muito menos pedem a nota
fiscal.