Especialista dá dicas: cuidado com a audição durante a queima de fogos na virada do ano

Queima de fogos na praia de Copacabana, Réveillon Rio 2019

A virada deste ano será diferente para muitas pessoas em razão da pandemia do novo coronavírus. Segundo orientações sanitárias de órgãos de saúde, as famílias devem evitar o risco de grandes aglomerações. As festas, mesmo reduzidas e em casa, podem trazer riscos que vão além da covid-19, como danos à audição com aparelhos de som em alto volume ou pelo uso de artefatos que emitem ruído intenso, como foguetes comemorativos.

O excesso de barulho causado por fogos de artifício e por equipamentos com volume exagerado pode gerar males diversos, como dor de cabeça, estresse, alterações no sono e hipertensão.
Mais do que isso, o barulho indevido pode gerar traumas sonoros com possibilidade de resultar na perda de capacidade auditiva. Isso pode ocorrer porque as células nervosas do ouvido, quando expostas a barulho prolongado, podem morrer.

Trauma acústico
O otorrinolaringologista Stenio Dias falou à Agência Brasil sobre o tema. Ele alerta para os danos que este tipo de exposição pode causar à audição. “(Esse tipo de exposição) pode gerar uma surdez oriunda do trauma acústico. Quando o trauma é muito intenso, (a surdez) pode ser irreversível. A intensidade da lesão é dependente do tempo de diagnóstico e tratamento. Se tratado precocemente o índice de resolução é alto, cerca de 90%. Se demorar, (a falta de tratamento) pode gerar uma lesão no nervo”, explicou.

Manter distância de fonte emissora de ruídos
Por isso, o primeiro cuidado deve ser o de prevenir a situação. Quem está em festas com som alto ou em local onde haverá foguetes deve evitar ficar perto da fonte emissora de ruídos. O médico recomenda que as pessoas não fiquem em ambientes com volumes acima de 80 decibéis por mais de 30 minutos. Uma alternativa é fazer intervalos e buscar locais com menos ruído.

Já quem trabalha em atividades com alto índice de exposição a sons intensos deve respeitar as restrições de distanciamento, e também adotar providências para proteger os ouvidos, como o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

Caso a pessoa sinta algum desconforto, o médico destaca a importância de procurar um profissional o mais rapidamente possível para avaliar a situação e, em caso de um diagnóstico positivo, iniciar tratamento. “Quem apresentar zumbidos, incômodos ou até dor, deve procurar um médico otorrino, pois é reversível se tratado precocemente”, pontua o médico.