Entregues à própria sorte, moradores de Queimados convivem com o abandono acentuado pelas mazelas do prefeito Glauco Kaizer

Moradores de bairro em Queimados convivem com o abandono acentuado pelas mazelas do prefeito Glauco Kaizer/Reprodução

Antiga Escola Diva Teixeira Martins hoje é só mato. No acesso lateral, barricada erguida pelo tráfico impede livre acesso/Reprodução/Arquivo pessoal

Falta de área de lazer é um dos problemas dos moradores do Nova Cidade/Reprodução

Quem chega ou mora em bairros como Vila Central, Nova Cidade e São Simão, em Queimados, na Baixada Fluminense, percebe que a região parou no tempo e ainda enfrenta problemas cruciais como falta de área de lazer, irregularidade no abastecimento de água em muitos pontos e saneamento Básico.

Os problemas pontuais deveriam ser uma das prioridades do governo de Glauco Kaizer (SDD). Entretanto, desde que assumiu, em janeiro deste ano, ainda não apresentou um plano para mudar a realidade desses bairros, além de outros que convivem com a mesma situação. As mazelas do prefeito, que no discurso de posse prometeu novos tempos para Queimados, têm sido alvo de críticas por parte de adversários políticos e incitado revolta na população.

Falta de ações mina esperanças
A nova forma de fazer política de Glauco kaizer ainda não mostrou soluções para quem mora na Vila Central, por exemplo. Muitas ruas do bairro não têm pavimentação asfáltica e na falta de água potável, centenas de famílias usam poços artesianos. “É um sofrimento que a gente sonha um dia ter fim. Mas, infelizmente, está longe porque a cada político que entra e não apresenta uma solução, mina nossas esperanças”, diz um morador da área, que prefere não ser identificado.

Área de lazer e matagal
Os moradores do Nova Cidade também convivem com a mesma realidade. O bairro não conta com área de lazer. Em muitos trechos, o mato desenha a paisagem de abandono. O terreno onde funcionava a Escola Municipal Diva Teixeira Martins virou um imenso matagal e também depósito irregular de lixo.

Um comerciante contou ao Hora H que o local é usado por usuários de drogas e até marginais, o que aumenta a sensação de insegurança. “A prefeitura abandonou essa área. Se realizasse limpeza, seria menos um poblema pra gente que já enfrenta o abandono do poder público. Infelizmente, é aquela velha história que todosn nós já conhecemos: eles só aparecem pra pedir voto em época de campanha, depois somem. Estamos escaldados e não confiamos mais neles (políticos).

São Simão vive sob o domínio do medo imposto pelo tráfico de drogas/Reprodução

Realidade mais dura vivem moradores do São Simão. Além de enfrentarem a ausência de ações do governo municipal, sofrem com a presença de traficantes de drogas que controlam a região. Segundo relatos, os tiroteios entre facções rivais que brigam pelo domínio de pontos de venda de entorpecentes e também entre policiais e bandidos fazem parte da amarga rotina da comunidade.
Nos principais acessos ao São Simão, tanto na parte baixa, quanto na parte alta, as barricadas erguidas pelos traficantes impedem o livre acesso dos moradores e servem para dificultar a entrada das forças de segurança.

“Vivemos subjugados pelo medo. Não podemos falar nada, reclamar, ligar pra polícia ou ter uma vida normal. Cada passo que damos é controlado pelos bandidos. Queria vender minha casa e ir embora de lá, mas ninguém tem interesse em comprar por ser área de risco. A verdade é que estamos abandonados pelos políticos, de um lado, e aprisionados pelo tráfico, de outro”, relatou uma moradora, que conversou com o Hora H no Centro de Queimados.

A reportagem não conseguiu contato com o 24º Batalhão de Polícia Militar de Queimados para comentar sobre as barricadas e a ação do tráfico na região.

Reportagem: Antonio Carlos