Enfermeira é morta durante confronto em Parada de Lucas

Enfermeira

Enfermeira Luanna da Silva Pereira, de 28 anos, foi morta durante tiroteio em Parada de Lucas. Passageiros da SuperVia ficam no meio do fogo cruzado/Estefan Radovicz/Agência O Dia

Ela foi baleada por disparo feito por traficantes. Criminosos invadiram trens e expulsaram passageiros.

A enfermeira Luanna da Silva Pereira, de 28 anos, moradora de Parada de Lucas, na Zona Norte do Rio, foi morta na manhã de ontem durante um confronto entre policiais e traficantes. A operação deflagrada pela Polícia Civil atende a pedidos da Supervia, que denunciou a movimentação de traficantes que tentavam montar uma boca de fumo em uma estação.

A circulação de trens foi suspensa no ramal Saracuruna, após criminosos armados e com granadas invadirem um trem e ordenarem que todos os passageiros e o maquinista saíssem do veículo, impedindo que a composição seguisse viagem.

A Polícia Civil informou que Luanna foi morta por um disparo feito por traficantes durante uma operação da 38ª DP (Brás de Pina), com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Segundo os agentes, apesar do forte confronto, Luana teria sido atingida por disparo efetuado por traficantes, pois estaria em uma posição que a deixava protegida dos disparos dos policiais. Ela estava atrás de um muro, ficando vulnerável aos disparos dos criminosos que estavam baseados em um ponto em Vigário Geral. Moradores fizeram protesto em um dos acessos à comunidade.

Vítima chegou a alertar vizinho
Namorado de Luanna, o promotor de vendas desempregado Marcelo dos Santos de Oliveira, 28, disse que ela, segundos antes de morrer, disse a um vizinho, que seguia para o trabalh, para ele ter cuidado ao passar pelas vielas da comunidade de Vigário Geral.

Ainda segundo ele, antes de ser alvejada, Luanna teria agradecido a Deus “pelo livramento concedido a ela e à família” durante o confronto entre policiais e bandidos. Mãe solteira, a enfermeira havia acabado de tirar o registo do Conselho Regional de Enfermagem (Coren).

“Estávamos em casa dormindo com a minha enteada. Escutamos muitos tiros e um barulho estrondoso. Despertamos e deitamos no chão. Ela e a filha ficaram muito nervosas e eu pedia para que elas tivessem calma. Em determinado momento, o tiro parou e ela foi abrir a porta para olhar. Ela ainda olhou para cima e disse: “Muito obrigado, Deus, pelo livramento”. Nesse momento o tiroteio voltou e deitamos no chão”. lembra Marcelo.

Ainda de acordo com Marcelo, após o segundo tiroteio passar, Luanna foi ao banheiro. “Na segunda vez que o tiro parou ela disse que iria no banheiro, passou na janela e falou para um vizinho tomar cuidado. Em seguida ouço um barulho na porta e um disparo muito forte. Quando eu abri a porta do quarto onde eu estava, vi que ela estava caída e aquilo foi um desespero total. Eu gritava pedindo socorro, a filha dela vendo aquilo e os vizinhos tentando ajudar. A filha dela gritava que ela estava caída. Foi certeiro o tiro. Quando os vizinhos saíram, uns homens pediam para sair, mas não deixaram a gente socorrer ela. É uma injustiça. Uma trabalhadora, pois tinha acabado de tirar o Coren. Ela sempre batalhou. Ela tomava conta de uma idosa doente.