E a ‘máfia’ segue na contramão dos agentes de estacionamentos rotativos em Nova Iguaçu

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Agente que atua no estacionamento rotativo nas ruas da cidade é acusado de ameaçar funcionário do Hora H após jornal denunciar cobrança de taxa extra a motorista. Empresa que explora o serviço ainda não se pronunciou

A cobrança de taxa extra praticada por alguns agentes da empresa que explora o estacionamento rotativo nas ruas do Centro de Nova Iguaçu segue na contramão e longe da fiscaização da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito e Mobilidade Urbana (SEMTMU). Na última quinta-feira, o Hora H publicou uma reportagem denunciando a ação irregular praticada por um desses funcionários.
De acordo com a denúncia, o motorista estacionou seu veículo na Rua Alberto de Melo, próximo ao lado do Cemitério Municipal de Nova Iguaçu, onde permaneceu por menos de uma hora. Quando se preparava para deixar a vaga, o agente exigiu que ele pagasse a quantia de R$ 6 referente três horas de ocupação.
Como se negou a pagar o valor, o agente insistiu afirmando que não iria tirar do próprio bolso a diferença. Depois de um breve bate-boca, o dono do veículo saiu pagando apenas o valor correspondente ao tempo que permaneceu na vaga, mas sem o comprovante porque o funcionário se recusou a fornecer.

Caso de polícia
Ontem, um funcionário do Hora H foi até o local onde havia ocorrido o episódio distribuir a comerciantes da região exemplares da edição com a denúncia e teria sido ameaçado pelo agente. Entretanto, o jornal apurou que a prática ilegal de cobrança extra continua. Tanto nesse trecho com fluxo intenso de veículos, quanto em outros com menor movimento de veículo.
“Eles são caras de pau. Às vezes usam um linguajar chulo para falar com a gente. Já chegam se impondo, querente que a gente pague pelo tempo que não ocupou a vaga, e até em tom de ameaça. Isso é caso de polícia¹”, disse um comerciante que pediu para ser identificado.

Saída é a fiscalização
Não é a primeira vez que agentes que atuam em estacionamentos rotativos em Nova Iguaçu são alvos de denúncias. Motoristas reclamam que o sistema funciona de forma desordenada e, em muitos casos, com uma fiscalização falha. De acordo com eles, alguns se acham os “donos da rua” e até permitem o estacionamento em local proibido em troca de ‘propina’ para a chamada ‘caixa dois’.
As vítimas desses exploradores defendem um choque de ordem por parte da Secretaria de Transporte, Trânsito e Mobilidade. “Não são todos, mas a maioria explora, sim. Se acha o dono do estacionamento e até briga quando o motorista não quer pagar o exigido. Isso é um absurdo!”, disse um empresário sem querer se identificar.
A Novapark Estacionamentos Ltda., empresa ganhadora da licitação para exploração do estacionamento rotativo em vias públicas ainda não se pronunciou. Proprietários de veículos que se dizem vítimas do que chamam de ‘mafia’ defendem uma fiscalização rigorosa por parte da SEMTMU para reprimir os abusos.

 

Reportagem:

Antonio Carlos