Duas pessoas morrem e outras duas ficam feridas em ação policial na Zona Norte do Rio

Willian e o filho, Samuel, morreram na ação policial/Reprodução/Redes sociais

Camily, namorada de Samuel, segue internada/Reprodução/Redes sociais

Os confrontos entre policiais e bandidos em comunidades do Rio fizeram mais no último fim de semana. Willian Vasconcellos da Silva, de 38 anos, e Samuel Vicente, 17, morreram, e a namorada do jovem, Camily da Silva Apolinário, 18, ficou ferida. Ela foi levada para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, onde aguarda por cirurgia. O quarto ferido não foi identificado.

Segundo informações, o confronto aconteceu no sábado (25), no Complexo do Chapadão, em Anchieta, na Zona Norte do Rio. A PM informou que agentes do 41º BPM (Irajá) faziam uma patrulha quando foram atacados por criminosos e houve troca de tiros. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso.

Hoje (26), a família dos mortos contestou a versão apresentada pela polícia, que alega ter sido atacada por
traficantes. Os familiares disseram que Camily e Samuel estavam na garupa da moto de William e voltavam de uma festa na região do Complexo do Chapadão. A menina estava passando mal e era levada para uma UPA da região.

“As mortes do meu filho e do meu marido não vão ficar em vão, eles não eram bandidos. Meu filho ia se apresentar no Exército e meu marido trabalhava em uma farmácia ao lado da nossa casa”, disse a dona de casa Sonia Bonfim, esposa de William e mãe de Samuel. Segundo ela, não havia operação.

“Eles entraram atirando. Chegaram para matar”, desabafou, afirmando que os documentos do maridos ainda não foram
localizados. “Eu quero os pertences e documentos do meu marido. Eles (policiais) falaram que bandido não tem documento. Ali não tinha nenhum bandido”.

Polícia Militar divulga nota
Em nota, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar afirmou que os PMs do 41ºBPM (Irajá) foram atacados a tiros por criminosos armados enquanto estavam em patrulhamento pela Rua Alcobaça. Após cessar o confronto, a equipe diz ter encontrado três suspeitos feridos. Com eles, a PM afirmou ter encontrado duas pistolas, carregadores, munições, um conversor para submetralhadora, dois rádios comunicadores e drogas. A família nega esta versão.

Família de jovem baleada diz que está sendo coagida
Familiares de Camily dizem que estão sendo coagidos por policiais militares dentro do Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV), na Penha, Zona Norte do Rio. A jovem apresenta quadro de saúde estável. A família diz que ela aguarda por cirurgia.

“A mãe dela me procurou e disse que a família está sendo coagida dentro do hospital. A garota não era do tráfico, nunca foi. A irmã pagava pra ela cuidar da sobrinha”, diz a tia de Samuel, namorado de Camily.

A tia de Samuel, Adriana Maura, diz que sentava ao lado do sobrinho para estudar. Samuel era aluno de um colégio da Polícia Militar, segundo a família.

“Eu não estou aguentando isso, eu sentava ao lado do meu sobrinho para estudar. Ele era estudante, não era bandido”, desabafa.