Documentário conta a história do bombeiro militar do Rio que transformou destroços do Museu Nacional em arte

Davi Lopes faz acabamento em um dos instrumentos feitos por ele/Divulgação/Governo do RJ

Davi Lopes aproveitou restos da porta da bilheteria, de jacarandá, para criar os fundos e as laterais de violinos, do bandolim e do cavaquinho/Divulgação/Governo do RJ

A produção tem direção e roteiro de Vinícius Dônola (terceiro da esquerda para a direita), João Rocha e Roberta Salomone/Divulgação/Governo do RJ

A esperança renasce das cinzas. Músico, luthier e integrante da tropa do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro, o subtenente Davi Lopes uniu suas paixões e transformou madeiras recuperadas do incêndio do Museu Nacional, em 2018, em instrumentos musicais de excelência.

Dois violões, um bandolim, um cavaquinho e um violino foram confeccionados com material garimpado em meio aos destroços. As peças ganharam padrinhos famosos – como Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Nilze Carvalho, Paulinho Moska, Hamilton de Holanda e Felipe Prazeres – e farão parte, futuramente, do acervo do museu.

Com técnica e sensibilidade, o bombeiro músico aproveitou restos da porta da bilheteria, de jacarandá, para criar os fundos e as laterais dos violões, do bandolim e do cavaquinho.

Os batentes feitos de pinho-de-riga e uma viga de braúna, raros na natureza, também foram aproveitados. O trabalho cuidadoso de Davi ainda permitiu que partes de uma viga, originalmente os aposentos de D. Pedro II, virassem as escalas de um violão clássico e de um cavaquinho.

Seleção e tratamento
A jornada de Davi, desde a seleção e tratamento dos materiais até a finalização dos instrumentos, foi documentada e virou filme: “Fênix: o voo de Davi” foi exibido no último domingo, na GloboNews, e será incluído na plataforma Globoplay no dia 2 de setembro. A história de reconstrução e recomeço tem direção e roteiro de Vinícius Dônola, João Rocha e Roberta Salomone.