DHC captura assassino de engenheiro na Zona Norte do Rio; crime não teve motivação, diz delegado da especializada

Willian Ferraz do Carmo foi identificado por meio de imagens de câmeras de segurança na cena do crime

Imagens de câmeras de segurança da Rua Conde de Bonfim, na Tijuca, mostram o assassino caminhando em direção ao engenheiro Gabriel Leite/Reprodução

Duas câmeras mostram a sequência do ataque: além dos mais de 20 golpes, vítima ainda teve a garganta cortada/Reprodução

Gabriel Leite (e) e o assassino no momento em que foi preso por agentes da Delegacia de Homicídios da Capital, no bairro de Ramos, na Zona Norte carioca/Reprodução

Agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) capturaram no final da tarde da última quinta-feira
(17) o assassino do engenheiro Gabriel Barbosa Leite, de 34 anos, morto na madrugada do dia 11 de março, na Rua Conde de Bonfim, na Tijuca, Zona Norte do Rio.

Willian Ferraz do Carmo, 26, que foi identificado por meio de imagens de câmeras de segurança, além de informações de inteligência da polícia, foi preso numa casa em Ramos, onde estava escondido, também na Zona Norte carioca.

Contra o criminoso foi expedido um mandado de prisão temporária. A vítima foi assassinada quando voltava para casa, após sair para comprar cigarros. O crime brutal foi gravado por câmeras de segurança.

A Polícia Civil informou que o assassinato não teve uma motivação. Ele escolheu a vítima de forma aleatória após descer do Morro do Salgueiro, também na Zona Norte. Ainda segundo a polícia, após o crime, o suspeito seguiu caminho pela Conde de Bonfim, ele teria pego a faca novamente ao se aproximar de outro pedestre, mas desistiu e guardou a arma.

“Ele desceu o Morro do Salgueiro e seguiu pela Conde de Bonfim e atacou a primeira pessoa que viu pela frente. Não houve roubo, ele não levou nenhum pertence. É um crime que nos provocou estranheza, pois foi aleatório”, disse o delegado Cassiano Cortes.

Em um primeiro depoimento, William disse que não conhecia a vítima e que não tinha motivo. Ele saiu de casa, no Morro do Salgueiro, por volta de 1h e retornou para casa às 6h. A polícia encontrou imagens do criminoso caminhando por outras ruas da Tijuca até que tomasse o caminho de volta para casa.

“Ele saiu apenas com a intenção de matar e atacou a primeira pessoa com quem teve contato. Nas demais imagens reconstituímos o caminho e vemos que ele andou por diversas ruas da Tijuca. Chegamos até o endereço após uma apuração do Disque-Denúncia, que depois indicou a localização dele em Ramos também”, completou Cortes.

O suspeito segue preso preventivamente na Delegacia de Homicídios. Ele deve passar por audiência de custódia na próxima segunda-feira (21).

De acordo com o depoimentos de familiares, William, que não possui antecedentes criminais, era descrito como um rapaz calmo.

“Chama atenção até pela brutalidade em uma ação sem motivos. Nós analisamos horas e horas de imagem e não encontramos nenhum desentendimento, sequer conversa entre eles. Nenhuma das testemunhas relata algum tipo de comportamento agressivo por parte do William. Então é um crime que nos causa espanto e estranheza pela falta de motivação e a brutalidade tão grande do ataque”, finalizou o delegado.

Crime pavoroso

Na quinta-feira (17), dezenas de parentes e amigos do engenheiro se reuniram na Igreja Santo Afonso, na Tijuca, para a missa de sétimo dia em homenagem a ele.

Para Felipe Maginário, amigo de Gabriel há 30 anos, o crime não teve motivação. Ele reforçou que não houve discussão antes do assassinato e que Gabriel não tinha inimizades.

“Gabriel era maravilhoso. Um cara tranquilo, não criava problema com ninguém. Não teve discussão nenhuma antes dele ser apunhalado pelas costas. Ninguém discute e sai andando tranquilo na rua. O crime foi pavoroso, as imagens não saem da minha cabeça”, afirmou, emocionado.

Vídeos de câmeras de segurança mostram o criminoso com uma faca se aproximando da vítima na calçada, à 1h35m do dia 11, atacando pelas costas e, em seguida, já na pista de carros, desferindo pelo menos outros seis golpes e cortando o pescoço do engenheiro. Nenhum pertence foi levado.

“Isso não foi um assalto, o cara atacou ele daquele jeito, matou a sangue frio e saiu como se nada tivesse acontecido. Muito triste! Meu Deus… Que horror!”, postou um amigo de Gabriel, em sua página no Facebook. “Era um cara super do bem, um querido! Que triste, que partida brutal, que a família esteja acolhida nesse momento”, postou outra amiga.

De acordo com o inquérito, Gabriel descera do apartamento onde morava com a família para comprar cigarros em um bar, pouco antes do crime. Nos vídeos, o bandido, que estava com bermuda e camisa pretas, não parece tentar buscar nenhum pertence do engenheiro, que vestia bermuda, camiseta branca e chinelos. Policiais do Grupo Especial de Local de Crime (GELC) da especializada realizaram a perícia onde se deu a morte.

O corpo de Gabriel foi enterrado, no último domingo, dia 13, no Cemitério Jardim da Saudade, em Jardim Sulacap, na Zona Oeste do Rio.