DHBF prende policial militar suspeito de negociar execução de MC Poze

Bando - manchete (1)

MC Poze, que é investigado por associação ao tráfico de drogas, na lista negra da milícia/Reprodução 

Militar teria pedido R$ 300 mil à milícia pela cabeça do músico

Um policial militar apontado como chefe de um grupo que se associou a traficantes e milicianos e que chegou a negociar a morte de MC Poze por R$ 300 mil, foi preso na manhá de hoje (8) durante uma operação da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Outro policial também foi detido e outros três e um guarda municipal estão foragidos.

De acordo com áudios obtidos pelas investigações revelaram que o PM, identificado como Igor Ramalho Martins, tinha ligações com o miliciano mais procurado do RJ, Wellington da Silva Braga, o Ecko, e ao mesmo tempo se associava a traficantes como Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca.

Em um dos áudios, Igor revela a encomenda feito por Ecko do assassinato do MC Poze por R$ 300 mil. “Tô de serviço hoje, vou pegar a viatura e vou ficar em volta da Nova Holanda. O que tiver saindo aí, de bom, inclusive o Poze, tu me dá ideia e vê por onde ele vai sair, como ele vai sair. O que pegar tu vai entrar na divisão, pô, pra gente colocar uma prata no bolso, o que tu acha? Só o Poze, ele vale 300 mil no Ecko”, diz o PM no áudio.

Prisão preventiva
Suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas, Marlon Brendon Coelho Couto da Silva, o MC Poze, chegou a ser considerado foragido da Justiça em julho deste ano após ter a prisão preventiva decretada. No entanto, o pedido de prisão foi revogado.

Roubo milionário
Em outro áudio, o PM Igor fala do plano de um roubo milionário e detalha a divisão do dinheiro. “Vamos dar o bote amanhã na casa. Eu, você e o Vacão. Três cabeças, 900 mil, 300 mil pra cada um. Cada um vai tirar 70 mil e dar pra Carla, com a Cris e a Loira. Cada um vai ficar com 230 mil”, diz o policial no áudio obtido pelos investigadores.
A polícia ainda não descobriu se o roubo de R$ 900 mil foi concluído, porque não conseguiu identificar a vítima. Mas, com base nas interceptações feitas pelos investigadores, a suspeita é que a vítima seria uma idosa que havia recebido um seguro de vida.

Associação criminosa
O titular da DHBF, delegado Moisés Santana, explicou que a operação foi batizada de Total Flex. O nome foi escolhido considerando a associação do grupo comandado pelo policial tanto a traficantes quanto a milicianos.

“Os criminosos, literalmente, passeavam pelo código penal praticando diversos tipos de modalidades criminosas, violentas, e nos chamou a atenção a associação [do grupo criminoso] tanto ao tráfico quanto a milicianos, tanto da Zona Oeste quanto de Jacarepaguá”, disse o delegado.

O policial enfatizou que o grupo, majoritariamente formado por policiais militares, agia com muita violência e que aliciava civis para auxiliarem no planejamento dos roubos.

Fonte: TV Globo