DHBF apreende armas dos policiais no caso das mortes de meninas em Caxias

Meninas mortas

Protesto no Centro de Duque de Caxias pede justiça pelas mortes de Emilly e Rebeca/Reprodução/Rede social

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) apreendeu as armas dos cinco PMs que estavam na região onde as meninas Emilly Victoria, de 4 anos, e Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos, de 7, foram mortas. O caso aconteceu na noite da última sexta-feira, em Duque de Caxias.

Foram apreendidas as cinco pistolas e cinco fuzis para a realização de perícia. Os agentes também prestaram depoimento. As víitmas eram primas e brincavam na porta de casa na comunidade Santo Antônio. Emilly Victoria, que completaria 5 anos esse mês, foi baleada na cabeça. Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos levou um tiro no abdômen. Ambas foram enterradas neste sábado (5) sob forte comoção.

O pai de Emily desmaiou várias vezes e foi amparado por parentes. Segundo a ONG Rio de Paz, ele é ajudante de pedreiro e ajudou a enterrar a filha. “É isso aí que a gente leva, ó. Duas crianças, minha filha, minha sobrinha. Tô acabando de enterrar, isso fica aí pra comunidade, pros governadores”, desabafou o pai enquanto fechava o local onde o caixão da menina foi colocado.

Em depoimento à polícia, a avó de uma das meninas contou que estava chegando do trabalho. As meninas a esperavam na calçada para comprar um lanche, quando passou um carro da polícia, por volta das 20h.

Os familiares disseram que não sabiam se havia algum tipo de perseguição e contaram que viram a polícia atirando.

“Estava chegando do trabalho e saltei do ônibus. Eu escutei no mínimo dez disparos. O ônibus passou e a blazer estava parada e deu aquele arranco para sair. Ele parou em frente à rua e simplesmente efetuou os disparos”, disse Lídia Santos, avó de Rebeca.
Nas redes sociais, manifestantes haviam marcado um ato para às 16h de ontem, na Praça Raul Cortez, em Duque de Caxias. “Em 2020 já perdemos 22 crianças assassinadas pela militarização do estado. Não dá mais para naturalizar a morte de nossas crianças!”, diz a publicação da página Coalização Negra.

O que diz a polícia
A Polícia Militar afirma que uma equipe do 15º Batalhão (Duque de Caxias) estava fazendo um patrulhamento na Rua Lauro Sodré, na altura da comunidade do Sapinho, quando foram ouvidos disparos de arma de fogo. Segundo a PM, os agentes não dispararam.