De farra de nomeações a suspeita de estupro: o retrato da imoralidade do governo de Queimados

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O escândalo da farra das nomeações transforma governo de Glauco Kaizer numa vergonha/Reprodução

Com pouco mais de quatro meses de mandato, o prefeito de Queimados, Glauco Kaizer (SDD), vem se notabilizando por fatos negativos em seu governo. A polêmica provocada pela farra das nomeações de familiares do chefe do Executivo e também de parentes de vereadores é o retrato da vergonha e da imoralidade.

De forma escancarada, Kaizer transformou a prefeitura em um cabide de empregos: nomeou a esposa Cristiane da Conceição Castelo Kaizer, como assessora especial do gabinete do prefeito. Mas a exonerou para depois nomeá-la coordenadora de educação especial da Secretaria de Educação.

O cunhado também recebeu um cargo. Capitão da Polícia Militar, Filipi Cardoso de Azevedo é secretário do Centro Integrado de Segurança Pública (CISP). A farra ganhou dimensão vergonhosa com a distribuição de cargos para familiares de vereadores. Foram muitos os beneficiados.

Procuradora só no papel
Em meio a um turbilhão de escândalos, quem deveria atuar para colocar o governo de volta ao eixo, mantém-se indiferente. É o caso da procuradora-geral do município, Dulcinea Alves Macieira Macedo.

Na prática, entre suas atribuições está o de oficiar obrigatoriamente no controle interno da legalidade dos atos do Poder Executivo Municipal. Entretanto, essa competência permanece na teoria. A inércia da procuradora tem sido alvo de críticas porque, mesmo o governo imerso em irregularidades e, comprovadamente tratar cargos públicos como moeda de troca com o Legislativo, nenhuma providência foi adotada pela mesma para romper esse vício administrativo em Queimados.

Suspeito de estupro no escalão do governo
As polêmicas no governo não param na farra dos cargos públicos. Até a sexta-feira da semana passada, Glauco Kaizer mantinha no seu staff um suspeito de estupro. Marcello Clausi Luz (foto), nomeado chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (Semuttran), foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), suspeito de estuprar uma criança dos 6 aos 12 anos de idade.

O caso veio à tona após o ex-deputado estadual Zaqueu Teixeira (SDD) usar as redes sociais para pedir a exoneração e prisão do ex-assessor da Prefeitura por estupro de vulnerável. Por ser evangélico, Marcello, que usa o nome de Deus para defender sua inocência, abusou da menina que também seria membro de uma igreja no município. O vídeo publicado pelo ex-parlamentar inflamou o clamor popular. Encurralado pelas críticas, o prefeito decidiu exonerar Clausi Luz.

Ameaça de demissão para quem criticar governo
Em um governo desprovido de moralidade, as críticas não são algo incomum. Ao contrário, se torna alvo, principalmente quando a atmosfera de insatisfação cobre parte do funcionalismo. Em Queimados quem fala mal da administração municipal vive sob ameaça velada de exoneração.

Um áudio que circula nas redes sociais revela que os servidores estão os salários atrasados. Acuados, não podem reclamar e nem protestar. Uma fonte da prefeitura informou à reportagem que existe uma ordem expressa do prefeito Glauco Kaizer de exonerar quem criticar sua administração. Resumindo: o governo ameaça cortar na própria carne para encobrir verdades que desmoralizam a gestão.

 

Reportagem: Antonio Carlos