Corpo de perito da Polícia Civil morto por militares da Marinha do Brasil é enterrado na Zona Oeste

Ao lado da filha e irmã de Renato, a mãe e irmã do policial civil passou mal durante o velório no Cemitério Jardim da Saudade

A mãe de Renato Couto beija uma rosa para jogar sobre o caixão do filho/Tatiana Campbell/Super Rádio Tupi

O corpo do perito papiloscopista da Polícia Civil Renato Couto, de 41 anos, foi velado e sepultado na manhã de terça-fera (17), no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. Ele foi agredido, sequestrado e morto por militares da Marinha, na última sexta-feira (13). Os envolvidos no crime jogaram o agente ainda vivo no Rio Guandu, em Japeri, na Baixada Fluminense, onde o cadáver foi encontrado durante buscas na manhã de segunda-feira (16).

Cerca de 19 viaturas da Polícia Civil e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), com sirene ligadas, foram ao cemitério para a última despedida.

Bandeira da polícia e com pétalas de rosas
Com uma bandeira da polícia e com pétalas de rosas jogadas sobre o caixão, o agente foi sepultado às 11h14. A mãe e a mulher do policial chegaram a passar mal. Ao lado do caixão, a mãe de Renato dizia: “Eu te amo meu bebê. Eu te amo meu príncipe”.

Ao acompanhar o velório, o papiloscopista Márcio Carvalho, diretor do Instituto de Identificação Félix Pacheco (IIFP) afirmou que o colega era “era um policial dedicado, sempre participativo” e que se tivesse contado o que aconteceu, “certamente isso teria sido evitado”.

“Foi uma demonstração de banalidade. Foi uma coisa que nos chocou. Estamos todos consternados, porque é uma perda muito grande. Ele era um policial dedicado, sempre participativo. Está doendo muito na gente, porque ele era uma pessoa alegre e feliz. Ficamos muito chocados. Não era do temperamento dele isso. Certamente, se ele tivesse nos dito, essa fatalidade seria evitada”, destacou o diretor do instituto.

Renato fez registros do material furtado e suspeitava que estivesse indo para o ferro-velho. Uma investigação chegou a ser aberta, a cargo da 18ª DP (Praça da Bandeira).
“Quem tiver qualquer participação, será responsabilizado. Mas, por ora, só quatro pessoas estão no caso. Hoje estamos lá com a Seop para acabar com aquele ferro-velho. Queremos estabelecer e elucidar esse crime que destruiu a família do Renato”, disse o delegado Antenor Lopes.

Ferro-velho fechado
Uma equipe da Polícia Civil esteve na última segunda-feira (16) no ferro-velho, que fica na Praça da Bandeira, na Zona Norte do Rio, e interditou o local. Na manhã de ontem (17), agentes da Secretaria municipal de Ordem Pública (Seop) e da Comlurb fizeram a remoção dos materiais após a prefeitura fechar o galpão.

O 3º sargento Manoel Vitor Silva Soares, que trabalha no Setor de Manutenção da oficina do 1º Distrito Nava, detalha aos policiais como o corpo foi jogado da ponte/Reprodução

Audiência de custódia mantém prisão
A Justiça do Rio converteu em preventiva a prisão em flagrante do empresário Lourival Ferreira de Lima, do seu filho, o militar da Marinha Bruno Santos de Lima, de Manoel Vitor Silva Soares e de Daris Fidelis Motta. Os três últimos são integrantes da Marinha. A decisão foi tomada durante audiência de custódia, a qual os suspeitos foram submetidos, nesta segunda-feira. O bando foi preso na madrugada do último domingo (15).