Catástrofe em Petrópolis: corpo de grávida é achado com a mão sobre a barriga

Equipe de resgate carrega o cadáver da técnica de enfermagem

Tharllen Felipe, irmão da Suelen, e a mâe, Sonia Rosa Felipe (na foto abaixo) acompanhavam as buscas quando o corpo foi encontrado/Marcos Serra Lima / g1

No sétimo dia de buscas por vítimas da tragédia de Petrópolis, equipes de resgate do Corpo de Bombeiros encontraram o cadáver de Suelen Rosa Felipe, de 39 anos, na manhã de hoje (21). Grávida de 3 meses, a técnica de enfermagem que vivia no Morro da Oficina estava com a mão sobre a barriga quando foi achada pelos militares.

A maior catástrofe da história da cidade da Região Serrana, provocada pelas chuvas, já tinha 181 mortos até às 18h34 desta segunda-feira (21). Os números superam os de 1988, quando 171 morreram.

Os trabalhos de buscas pelos desparecidos que somavam 104 na tarde de hoje sem cessar, exceto quando a chuva atrapalha e é feito uma pausa. Até o começo o início da tarde desta segunda, a polícia já havia identificado 143 corpos retirados da lama e dos escombros.

Irmão desabafou
“Era a minha segunda mãe. Não só por ela ser mais velha, mas além dessa inspiração que eu tinha nela, ela sempre cuidou de mim. Levava pra escola, me buscava… Ela ia pra biblioteca municipal estudar e eu estava junto. Então, assim, ficam as boas lembranças. Tudo de bom que ela fez. Ela sempre falando sobre união, prezando pela união da família. E ela foi, aliás é uma peça muito importante nas nossas vidas”, lamentou o jornalista Tharllen Felipe, irmão da Suelen.

Sonia Rosa Felipe e Jorge Luís Felipe, pais de Suelen, acompanhavam as buscas sem tirar os olhos do local onde o corpo da filha foi encontrado.

Foi Sonia quem se aproximou do local para identificar a filha. Por meio de características passadas pela mãe, os bombeiros conseguiram detectar que aquele era o corpo de Suelen.

Esmagada pela rocha
A técnica de enfermagem ainda usava a aliança de casamento no dedo e tinha marcas de nascimento. Por volta das 9h40, os bombeiros conseguiram quebrar uma rocha que esmagava parcialmente o corpo de Suelen. Os militares precisaram usar ferramentas e fazer um trabalho cuidadoso para liberar o cadáver.

A agonia da família de Suelen continua. Isso porque a técnica de enfermagem estava em casa com a filha, de 12 anos, Náthalye Vitória. Náthalye estava em outro cômodo da casa, mas, até a última atualização desta matéria, o corpo dela não havia sido encontrado.

Pais de Gabriel mostram a foto do filho e do tênis encontrado/Reprodução

Foto – Petrópolis-03
Legenda –

Retranca – Pais de jovem que estava em ônibus acham tênis do rapaz

A família do estudante Gabriel da Rocha, de 17 anos, desaparecido em um dos ônibus jogados em um rio durante o temporal de Petrópolis semana passada, encontrou um pé do tênis do rapaz.
O calçado foi achado na Rua Washington Luis, próximo do local onde os ônibus desapareceram. Segundo Leandro Rocha, o pai, o tênis foi encontrado depois que uma retroescavadeira retirou algumas árvores perto do rio. “Vou continuar as buscas e amanhã estarei aqui 8h”, disse ele.
Parentes de Gabriel formaram nos últimos dias um mutirão com a ajuda de voluntários para encontrar o estudante. O grupo decidiu percorrer no último sábado (19) o trajeto que o jovem pode ter feito após ter sido arrastado pela força da água.
O ônibus onde estava Gabriel foi jogado no Rio Quitandinha. O pai reconheceu o rapaz em imagens que circularam na internet de pessoas tentando se salvar enquanto o coletivo afundava.