Congolês é espancado até a morte em quiosque na Zona Oeste do Rio

Moïse Kabamgabe  trabalhava por diárias em um quiosque perto do Posto 8 na Barra da Tijuca 

Moïse Kabamgabe nasceu no Congo, na África/Reprodução/Redes sociais

A Polícia Civil investiga a morte de um africano que trabalhava em um quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. No último sábado (29), a família fez um protesto pedindo informações e denuncia que os órgãos da vítima foram retirados no Instituto Médico-Legal (IML).

Moïse Kabamgabe nasceu no Congo, na África, e trabalhava por diárias em um quiosque perto do Posto 8. Os parentes informaram que o responsável pelo estabelecimento estava devendo dois dias de pagamento para a vítima e que, ao cobrar a dívida, foi espancado até a morte.

“Corda, amarram ele junto com as pernas e mãos. A polícia veio depois de 20 ou 40 minutos”, disse o irmão da vítima, Djodjo Baraka Kabagambe. “Quatro pessoas, cinco pessoas pra matar ele”, disse a mãe, Ivana Lay.

As agressões duraram pelo menos 15 minutos e foram gravadas pelas câmeras de segurança do quiosque. Moïse apanhou de cinco homens que, segundo testemunhas, usaram pedaços de madeira e um taco de beisebol. Ele foi encontrado em uma escada, amarrado e já sem vida.

Os parentes só souberam da morte na manhã do dia 25, quase 12 horas após o crime. E ficaram ainda mais revoltados durante o reconhecimento do corpo no IML.

“Quando a notícia chegou até nós, fomos no IML na terça de manhã e a gente já encontrou ele sem órgão nenhum, sem autorização da mãe, nem autorização dele de ser doador de órgão. Onde estão os órgãos? Nós não sabemos”, diz a prima Faida Safi.

Polícia Civil disse que já ouviu oito pessoas e está analisando as imagens das câmeras de segurança. E negou que os órgãos da vítima tenham sido retirados no IML.