Cláudio Castro defende ação no Jacarezinho: “A reação dos bandidos foi brutal”

Governador Cláudio Castro falou sobre a operação no Jacarezinho em vídeo no Twetter/Reprodução

A operação da Polícia Civil na comunidade da Zona Norte do Rio deixou 29 mortos/Reprodução

Pelo Twitter, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), publicou um vídeo na noite da última sexta-feira onde afirma que a operação no Jacarezinho, Zona Norte do Rio, que deixou 29 mortos (entre eles um policial civil) foi planejada e cumpria mandados de prisão. Ainda segundo o governador, “a reação dos bandidos foi brutal” e contou com “armas de guerra”, como granadas e fuzis.

Castro defendeu o trabalho da polícia, disse que a reação dos bandidos foi “brutal” e afirmou que “o governo do estado é o maior interessado em apurar as circunstâncias dos fatos”. “É preciso deixar claro que a operação de ontem realizada pela Polícia Civil foi o fiel cumprimento de dezenas de mandados de prisão. Foram 10 meses de trabalho de investigação que revelaram a rotina de terror e humilhação que o tráfico impôs aos moradores. Crianças eram aliciadas e cooptadas para o crime. Famílias inteiras eram expulsas de suas casas e mortas”, disse.

Castro afirmou que conversou sobre a ação com o procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, com o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, e com o defensor público-geral, Rodrigo Pacheco. “Tenho certeza que o governo do estado é o maior interessado em apurar as circunstâncias dos fatos”, afirmou. Ele citou a reação dos criminosos e as armas encontradas na comunidade.

“A reação dos bandidos foi a mais brutal registrada nos últimos tempos. Armas de guerra, prontas para repelir a ação do estado e evitar as prisões a qualquer custo. Em nenhum lugar do mundo a polícia é recebida com fuzis e granadas quando vai cumprir seu papel. Desde o ocorrido, determinei total transparência ao processo”, disse o governador em outro trecho do vídeo.

Enterro do policial
Em discurso durante o sepultamento do inspetor André Frias, o secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski, elogiou a ação da polícia no Jacarezinho, e disse que informações do setor de inteligência da corporação identificaram que todos os 27 considerados suspeitos que morreram eram traficantes.

Dos 27 mortos na ação, três foram denunciados pelo Ministério Público por tráfico de drogas e eram procurados pela polícia. A investigação aponta que eles eram “soldados” do tráfico, atuando como braço armado da organização criminosa no Jacarezinho.

Perícia do IML descarta facadas em mortos do Jacarezinho
Até a noite da última sexta-feira, 24 corpos foram periciados no Instituto Médico Legal (IML). Os laudos preliminares indicam que as mortes foram causadas por projéteis de arma de fogo. Além disso, foi descartado ferimentos causados por armas brancas, ou seja, lâminas.

Durante o decorrer do dia, parentes dos mortos afirmaram que houve o uso de facas por parte dos policiais, o que reforçaria a tese de execução. No entanto, a perícia, que foi acompanhada por um perito do Ministério Público, ratificou o posicionamento da Polícia Civil: de que as mortes foram causadas por tiros. Ainda de acordo com a polícia, os agentes foram emboscados e tiveram que revidar.