Chefe do tráfico do Morro Azul, na Zona Sul do Rio, foi executado por milicianos de Queimados, diz Polícia Civil

Lacraia

Agentes chegam a um dos três cativeiros usados pelo grupo paramilitar para manter  Lacraia preso/Divulgação/Polícia Civil 

Grupo paramilitar chegou a negociar resgate com irmã de traficante que passou por três cativeiros

Investigações da Delegacia Antissequestro (DAS) concluiramm que o chefe do tráfico do Morro Azul, no Flamengo, Zona Sul do Rio, foi sequestrado e executado por milicianos que atuam em Queimados. Márcio de Oliveira Caroba da Silva, o Lacraia, de 42 anos, foi capturado quando na cidade da Baixada onde tinha um sítio e foi visitar parentes.

Segundo a especializada, antes de matar o inimigo, grupo chegou a negociar o pagamento de resgate com uma irmã do traficante que mora na Suíça. O inquérito apurou ainda que Lacraia foi rendido pelos paramilitares quando trafegava pela Estrada dos Caramujos, no bairro Belmonte, às 11h do dia 30 de junho. Testemunhas relataram que o traficante passou por três cativeiros em Queimados, Nova Iguaçu e Japeri, até ser assassinado na madrugada de 4 de julho. Desde então, o corpo de Lacraia não foi encontrado.

Três suspeitos atrás das grades
A DAS já prendeu três suspeitos de integrar a milícia e que foram identificados por testemunhas. São eles: Marcos Toledo, Robson Rodogério Mathias, o Magu, e Sandro do Amaral Pinto. O sequestro foi denunciado por parentes de Márcio no dia 2 de julho. Entretanto, a ligação de Lacraia com o tráfico somente veio à tona após o depoimento de um ex-comparsa dele: Marcílio Cherú de Oliveira, o Menor Cherú, integrante da quadrilha que domina o Morro de São Carlos, no Estácio.

Na época, como não havia mandado de prisão contra ele, Cherú compareceu à DAS e revelou que Larraia, até 2017, era um dos chefes do tráfico do São Carlos, mas mudou de facção e assumiu o controle da venda de drogas no Morro Azul. Ele negou ligação com o crime e afirmou ter ouvido que Larraia havia sido sequestrado por milicianos. Cherú está foragido. O criminoso é suspeito de ter participado do tiroteio que causou a morte de Ana Cristina da Silva, de 25 anos, durante uma tentativa de invasão do São Carlos, em 26 de agosto.

Ainda de acordo com a investigação da especializada, os dois suspeitos de serem chefes da milícia de Queimados também participaram do sequestro e estão foragidos. As prisões de Jorgimar Bonifácio Machado, o Duim, e Victor Valladares Silva foram decretadas pelo juiz Luis Gustavo Vasques, da Vara Criminal de Queimados. O inquérito, no entanto, continua para identificar outros envolvidos.

 

Fonte: jornal Extra