Ceciliano diz que vai pressionar PSB a retirar Molon da disputa ao Senado

Ceciliano admite que o impasse de sua candidatura ao Senado não deve retirar na prática o apoio de seu partido a Freixo/Reprodução

Ex-presidente Lula ‘dividido’ entre os palanques de Ceciliano e Molon/RAFAELA ARAUJO / AFP

Em entrevista ao Uol, o deputado do PT descartou a possibilidade de Lula apoiar dois candidatos ao governo do Rio

O deputado estadual André Ceciliano (PT-RJ) declarou nesta quinta-feira (4), que seu foco é persistir no acordo com o PSB em torno de sua candidatura ao Senado e pressionar o partido para que o deputado federal Alessandro Molon desista da disputa.

Durante entrevista ao UOL, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Aljer) descartou a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apoiar dois candidatos ao Senado. Na prática, segundo Ceciliano, o impasse não deve influenciar o apoio a Marcelo Freixo (PSB), mas reiterou que não aceitará dois candidatos na mesma chapa. “Não tem a possibilidade de ter dois palanques”, disse.

“O presidente Lula já deixou claro que só teremos um palanque no Estado. Ocorre que a política é dinâmica. O presidente Lula entrou nessa discussão nos últimos dez dias. Em Pernambuco, ele conversou com a direção do PSB nacional: ‘eu vim aqui cumprir nosso acordo, agora quero que vocês cumpram o acordo de vocês’, afirmou o político.

Palanques divididos
Segundo a reportagem do site, o PT desejava que Ceciliano fosse o único candidato ao Senado no palanque de Freixo. Entretanto, Molon, que é presidente estadual do PSB, contrariou o acordo e não aceitou abdicar de sua candidatura à mesma cadeira. O parlamentar argumenta que tem “mais condições” de derrotar o bolsonarismo no Estado por pontuar melhor nas pesquisas.

Ceciliano afirmou que, a princípio, tinha inclusive o apoio do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), para concorrer ao governo do Estado. Ma, em fevereiro deste ano, após encontro com Lula e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, decidiu disputar uma vaga de senador.

“Respeito as decisões do meu partido. Existia um acordo”
Ceciliano afirmou que, na ocasião, Lula anunciou que o acordo fechado com o PSB daria ao PT a prerrogativa de indicar o candidato ao Senado no Rio. “Eu, como tenho juízo, respeito as decisões do meu partido. Existia um acordo”, disse.

Por outro lado, Ceciliano admitiu que o impasse de sua candidatura ao Senado não deve retirar na prática o apoio de seu partido a Freixo. Segundo ele, mesmo que a aliança formal acabe por ser desfeita, como propôs o diretório estadual da sigla, o candidato da base lulista no Estado continuará sendo o pessebista.

“Não tenho dúvida que mais de 80% dos nossos militantes vão de Freixo. Eu vou de Freixo”, afirmou. “Mas tendo dois candidatos, não dá para emprestar nosso tempo de televisão ao outro candidato ao Senado. Não dá para utilizar do nosso tempo de televisão para expor outro candidato. Aí é um contrassenso”.