Câmara decide enviar caso Flordelis para o Conselho de Ética

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Por unanimidade, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu ontem enviar para o Conselho de Ética o caso da deputada Flordelis (PSD-RJ). Um eventual processo no conselho, que ainda não está se reunindo devido à pandemia, pode levar à cassação do mandato da parlamentar.

Flordelis é ré na Justiça, acusada de ter sido a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo. Ele foi morto a tiros em junho de 2019. Desde o início das investigações, Flordelis nega as acusações do Ministério Público e afirma ser alvo de “perseguição”.

Por ter imunidade parlamentar, a deputada segue em liberdade, mas, desde o dia 8, tem sido monitorada por uma tornozeleira eletrônica. Foram quase três semanas entre a ordem da Justiça para monitorá-la e a instalação do equipamento.
A reunião da Mesa Diretora aconteceu na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Os integrantes da Mesa Diretora aprovaram o relatório do corregedor da Câmara, Paulo Bengtson (PTB-BA), que recomendou o prosseguimento do caso ao Conselho de Ética.
No relatório, Bengtson afirmou que os fatos descritos na representação feita à Câmara pelo deputado Léo Motta (PSL-MG), em agosto, e no inquérito policial, “constituem indícios suficientes de irregularidades ou de infrações às normas de decoro e ética parlamentar”.

Família envolvida no crime
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) afirma que a deputada mandou matar Anderson do Carmo porque o pastor mantinha controle rigoroso sobre as finanças da família. O promotor Sérgio Luiz Lopes Pereira afirmou ainda que a deputada teria dito a um dos filhos que não poderia se separar de Anderson para “não escandalizar o nome de Deus”.

As investigações apontaram que, além da deputada, outras dez pessoas teriam participado do crime, entre as quais sete filhos e uma neta do casal, além de um ex-policial militar e a mulher desse ex-policial.

Anderson do Carmo já havia sido vítima de tentativas de envenenamento. Por seis vezes, entre maio e outubro de 2018, o pastor buscou atendimento em um hospital particular de Niterói.