Câmara de Itaguaí cassa mandatos do prefeito Charlinho e do vice Abelardinho

Cassação

Vereador Vinícius Alves, que assumiu o Legislativo, lê relatório final de cassação de Charlinho e Abelerdinho e o volume de documentos/Divulgação/Jupy Junior

Por 16 votos a 1, vereadores aprovam relatório da Comissão Processante e dão posse a Rubem Vieira na chefia do executivo municipal

A Câmara Municipal de Itaguaí cassou por 16 votos a um os mandatos do prefeito Carlo Busatto Júnior, o Charlinho (MDB), e do vice Abeilard Goulart de Souza Filho, o Abelardinho (PDT), no início da madrugada de ontem. Com a decisão, assume a prefeitura o presidente da Câmara Rubem Vieira (Podemos), que deve ficar no cargo até 31 de dezembro. A posse do novo prefeito de Itaguaí foi realizada em seguida a cassação.
A Comissão Especial Processante (CEP) foi a primeira instaurada neste ano, sendo a quarta desde 2019, e apurou denúncia de fraude em licitação na contratação de empresa de coleta de lixo. Sandro da Hermínio foi o único vereador que votou favorável ao prefeito e o vice.

Impeachment
A sessão de impeachment foi conduzida pelo vice-presidente da mesa diretora, vereador Noel Pedrosa (PSL), porque o presidente, Rubem Vieira, se afastou do cargo temporariamente por ser o legítimo favorecido com a decisão, porque, por força de lei, é quem assumiria o cargo.

Charlinho não compareceu para acompanhar o processo de impeachment, nomeando o advogado Rodrigo Augusto Ferreira para fazer a sua defesa, o que causou surpresa aos vereadores que esperavam o procurador jurídico Alexandre Oberg Kuwada Ferraz. Já o advogado do vice-prefeito Abelardinho, Dennis Cincinatus fez a defesa via internet.
A sessão foi transmitida ao vivo pela internet e transcorreu com a presença apenas dos vereadores, funcionários da CMI e imprensa credenciada devido ao isolamento social por conta da pandemia do coronavírus. A aprovação da cassação do prefeito e do vice só foi conhecida às 23h58.

Terreno pertencente a sogra do vice
O pedido de abertura da CEP foi protocolado pela servidora municipal Hellen Oliveira Senna. O documento pedindo o afastamento do prefeito e do vice-prefeito por improbidade administrativa, por conta de irregularidades na contratação da empresa de coleta de lixo foi aprovado pela CMI no dia 14 abril. A denúncia apontou ainda uma suposta locação de um terreno da sogra do vice-prefeito Abelardinho para servir de sede da empresa. A acusação se referiu ainda a supostas indicações para contratação de funcionários que teriam sido feitas pelo vice-prefeito. O documento mencionou também a prática de improbidade na administração pública, ferindo os princípios da impessoalidade.

 

Fonte: Jornal Atual.