Bombeiro que atirou em atendente de lanchonete na Zona Oeste do Rio é identificado, mas juíza nega pedido de prisão

Armado, militar vai em direção ao atendente e atira

 

Bombeiro identificado como atirador de atendente do MC Donald´s chega à DP — Foto: Reprodução/TV Globo

Mateus Domingues Carvalho, de 21 anos, foi atingido na barriga/ Reprodução/ TV Globo

O homem que atirou em um atendente do McDonalds, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, na madrugada de segunda-feira (9) foi identificado pela Polícia Civil como sendo o bombeiro militar Paulo Cesar de Souza Albuquerque. O crime foi filmado por câmeras de segurança do estabelecimento. Nas imagens, ele primeiro dá um tapa no rosto do funcionário, que revida, e depois entra com a arma no restaurante. Dois homens ainda tentam conter o criminoso que caminha até a vítima, faz o disparo e sai andando. O atendente cai no chão e é socorrido por um colega. O sargento estava em uma Mercedes Benz, sem placa, com duas mulheres dentro do carro.
Mateus Domingues Carvalho, de 21 anos, está internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Segundo a direção da unidade, seu quadro de saúde é estável.

De acordo com amigos da vítima, o homem fez um pedido no drive-thru da unidade e no momento em que foi pegar o seu pedido, já no fim do atendimento, disse que tinha um cupom de desconto. Mateus tentou explicar que a informação deveria ter sido dada no início do pedido.

Insatisfeito, o bombeiro quebrou a proteção de acrílico e deu um soco no rosto do atendente. Após isso, entrou na loja e atirou no funcionário.

Se apresentou na DP 

À tarde, o bombeiro se apresentou na 32ª DP (Taquara), que investiga o caso. Os investigadores analisam as imagens das câmeras de segurança da região. Funcionários também prestaram depoimento.

Inicialmente, o advogado de Paulo Cesar, Sandro Figueiredo, disse que as imagens não mostraram claramente seu cliente atirando no atendente da lanchonete. Posteriormente, admitiu que o bombeiro atirou, mas disse que o disparo foi acidental.

Justiça nega prisão de atirador
Apesar da identificação, a Justiça considerou que há necessidade de mais provas e indeferiu o pedido de prisão. A juíza Isabel Teresa Pinto Coelho Diniz, do plantão judicial, declarou que, ainda que Paulo César de Souza Albuquerque tenha sido identificado por fotos e vídeos de redes sociais, não restou devidamente esclarecido no inquérito a origem de “tais elementos probatórios e a forma como foram obtidos”, por isso, não foi possível solicitar o pedido de prisão.

Nota do Corpo de Bombeiros
“O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) informa que teve conhecimento dos fatos imputados ao 1º sargento Bombeiro Militar Paulo César de Souza Albuquerque, integrante da corporação.

O militar responderá civilmente pelos seus atos na justiça comum. Paralelamente, o comandante-geral da corporação, coronel Leandro Monteiro, determinou a suspensão imediata do porte e posse de armas do militar, além da instauração de um inquérito policial militar para apurar a conduta do profissional e a abertura de um conselho disciplinar.

O CBMERJ acompanha a operação e está à disposição para colaborar com as investigações.

A corporação repudia veementemente todo e qualquer ato criminoso, assim como condutas ilícitas que transgridam os preceitos da ordem, da disciplina e da moral características da profissão de bombeiro militar”.