Amigos acusam Polícia Civil de serem baleados durante abordagem na Regiaão Metropolitana 

Vinícius de Almeida Gomes, 34, trabalha como motoboy e mototaxista em São Gonçalo/Fabio Costa/Agência O Dia

Vinícius de Almeida Gomes foi atingido no joelho a caminho do trabalho/Fabio Costa/Agência O Dia

Dois homens foram baleados por policiais civis durante uma abordagem enquanto estavam em uma motocicleta indo para o trabalho na manhã da última sexta-feira, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Segundo relatos de parentes, o condutor se assustou e não obedeceu a ordem dos agentes. Márcio de Oliveira Pinto, de 37 anos, e Vinícius de Almeida Gomes, 34, foram socorridos ao Hospital Estadual Alberto Torres, no Columbandê, mas já receberam alta.

Márcio relatou conta que pegou uma carona com o amigo de infância Vinícius, que trabalha como motoboy em uma farmácia no Arsenal, até o ponto de ônibus para seguir para o trabalho, em uma loja de ótica em Alcântara.

Por volta das 8h40, os dois ficaram entre duas viaturas da Polícia Civil e foram abordados. O condutor, no entanto, não parou o veículo durante a abordagem e um policial efetuou os disparos. Márcio caiu da moto e Vinícius bateu em um carro à frente.

“O cara saiu mandando eu parar. Foi nesse momento que eu tomei um susto e acelerei. Bati com a moto e saí correndo. Tomei um susto, não sabia o que estava acontecendo. Dava para eles entrarem na minha frente e mandar parar, não precisava ter atirado”, lembra Vinícius.

Os amigos não entendem porque houve disparo na abordagem e comentam que o policial aparentava estar nervoso.
“Estava frio e estávamos de casaco, gorro, luva, não sei se estranharam isso. Até agora eu não entendi o que aconteceu. Graças a Deus eu não sofri nenhum tipo de fratura aparente. A questão é a dor que sinto. Eu nunca passei nada por isso. A família que sente mais. É uma experiência que eu não desejo para ninguém”, desabafa Márcio.

Polícia Civil nega versão 

Em nota enviada no início da noite desta sexta-feira, a Polícia Civil diz que os disparos que atingiram Márcio e Vinícius partiram de criminosos da região. A versão não encontra respaldo nos relatos dos feridos.