Amante de síndica alugou arma de traficante para matar empresário

Crime-02

 

Câmeras de segurança registraram o assassinato planejado por Priscilla e Leonardo/Reprodução

Leonardo Lima confessou que pagou R$ 1 mil a bandido da Cidade de Deus.

Em depoimento à Polícia Civil, Leonardo Lima, autor dos disparos que matou o empresário Carlos Eduardo Monttechiari, em fevereiro, disse que a arma usada para cometer o crime foi alugada de um traficante da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio.

Ele contou que pagou R$ 1 mil por duas placas de carro e um revólver de calibre 38, que foi devolvido logo após o assassinato. O empresário foi executado após descobrir que Priscilla de Oliveira, síndica de um condomínio da Barra da Tijuca, e amante de Leonardo, teria desviado cerca de R$ 800 mil do orçamento do residencial.

Os dois foram presos na última terça-feira, Segundo os investigadores, o funcionário confessou a autoria do homicídio e afirmou que a síndica o convenceu a executar o plano de assassinato.

O assassino confesso contou que procurou um mototaxista que conhecia da CDD e disse que precisava de uma arma e uma placa de carro. O mototaxista o apresentou a um traficante, que cobrou mil reais pelo aluguel dos objetos.
No dia do crime, 1º de fevereiro, por volta das 8h, Leonardo foi com o seu carro até a comunidade buscar o revólver e as placas. Ao sair, trocou as placas e foi para o local de trabalho de Carlos Eduardo, um depósito de gás na Vila Cosmos, onde aguardou a chegada da vítima.

Quando o empresário chegou, o assassino desceu do banco do motorista e apontou a arma para o empresário, que tentou tirar o revólver de suas mãos, mas não conseguiu. Ainda segundo Leonardo, por conta do nervosismo, acabou entrando no banco do carona do veículo. A polícia, no entanto, acredita que o fato de ele ter entrado no banco de carona pode ser um indício de que havia outra pessoa na cena do crime.

Após a execução, Leonardo disse que voltou à Cidade de Deus para devolver o revólver. Ele também contou que jogou as placas de carro no Canal do Anil, além das roupas usadas no crime.

Vítima foi sozinha ao hospital
O empresário foi atingido por dois disparos, no tórax e no abdômen. Mesmo baleado, Carlos Eduardo conseguiu dirigir até o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, mas morreu na noite do dia seguinte, quando passava por uma cirurgia.

De acordo com a 27ª DP (Vicente de Carvalho), inicialmente o caso estava sendo tratado como latrocínio. Entretanto, após depoimento de uma testemunha que falava com a vítima por telefone no momento do crime, os agentes identificaram o autor, que trabalhava no condomínio como supervisor de imagens. Segundo os policiais, o veículo utilizado no homicídio pertence ao acusado pela morte do empresário. A polícia também conseguiu recolher as cartas de amor que Priscila dava a Leonardo, o que atesta a relação amorosa entre a síndica e o empregado do condomínio.

Ameaças de morte explícitas e declaradas
De acordo com informações, o empresário já vinha recebendo ameaças de morte. A viúva da vítima contou aos investigadores que o marido não tinha inimigos, mas estava com medo de ser morto após descobrir irregularidades na gestão de Priscilla.

Uma das ameaças foi feita por ligação de um número não identificado. O interlocutor, cuja voz não foi reconhecida pelo empresário, ameaçou matá-lo. Um funcionário conta que foi procurado certo dia por Carlos Eduardo, que estava preocupado, pois tinha ouvido a síndica dizer que, em tom ameaçador, que tinha conhecidos que poderiam “comprar o barulho dela”.

Testemunhas disseram que a síndica não escondia o desejo de pôr fim à vida do vizinho. Segundo o depoimento de um morador, na semana em que Carlos Eduardo convocou uma reunião de condomínio para revelar o esquema de fraudes, Priscilla falou, na portaria do condomínio, que “eles se arrependeriam de organizar a assembleia”. Outro morador ouviu Priscilla dizer que “queria arrumar uns garotos para matar Carlos Eduardo”.