Alunos de Queimados têm apenas duas horas de aulas e bananas verdes na merenda escolar

Decisão do prefeito Glauco Kaizer de distribuir bananas verdes para os alunos provoca revolta

Prefeito Glauco Kaizer e um dos memes que retratam a polêmica das bananas verdes que teriam sido distribuídas aos alunos da rede municipal/Reprodução 

Ano letivo começou com uma penca de polêmicas, como horário reduzido para os alunos, escolas com ventiladores quebrados e sem linha telefônica

A competência do prefeito Glauco Kaizer (Solidariedade) como gestor do município de Queimados, na Baixada Fluminense, é zero. A atribuição da nota é resultado dos inúmeros problemas na área da Educação.

Depois da polêmica envolvendo o adiamento do ano letivo, que só começou presencialmente na última segunda-feira (7), os pais dos alunos estão revoltados porque a permanência nas 30 escolas da rede municipal foi reduzida para duas horas de aula. O motivo? Falta merenda.

Os responsáveis realizaram um protesto para exigir uma providência da Secretaria de Educação. A pasta justificou que a carga reduzida já estava nos planos. Uma das mães afirma que “quando as aulas já estavam em horário reduzido, a merenda já eram dois saquinhos de biscoitos e um suco de caixinha”. Uma outra questionou: “Como vamos mandá-las para a escola sem uma merenda de qualidade?”

Tem como piorar
Em meio a tantas críticas, a prefeitura inflou a polêmica ao fornecer bananas verdes como merenda para os alunos. Revoltada, uma mãe desabafou: “Não tem como colocar as crianças para estudarem duas horas por dia e e elas receberem bananas verdes para comerem”.

De acordo com reportagem do RJ1, da TV Globo, no dia 10 de fevereiro, a prefeitura publicou no Diário Oficial o pregão para a contratação de empresa fornecedora de alimentação para escolas. No entanto, a vencedora não foi escolhida.

Protesto e revolta nas redes sociais
Como se bastasse a penca de problemas que vem crescendo na gestão de Glauco Kaizer, segundo os pais faltam material escolar, transporte, uniforme e equipamentos básicos de cozinha, como freezer e fogão.

Em algumas escolas, não há linha telefônica e os professores reclamam que os ventiladores das salas de aulas estão quebrados, sendo praticamente impossível trabalhar sob o calor escaldante.

Nas redes sociais, os protestos contra o prefeito seguem a todo vapor. Uma internauta disse: “É isso aí, prefeito da mudança. Que vergonha. Queimados está entregue às traças. E os tablets e as casas que ele tem na Barra (da Tijuca)? Vergonha”. Outra escreveu: “Esse prefeito sem experiência nenhuma. Agora, quero ver se os filhos dele estão comendo banana na escola. Lamentável”. Outra internauta afirma ser um absurdo que ocorre em Queimados: “Deveríamos fazer algo para tirar esse homem da prefeitura, porque aturar isso por mais dois anos é sacanagem”.

Compra de tablets é investigada pelo TCE-RJ
Os R$ 7,3 milhões pagos pela prefeitura na compra dos 6 mil tablets para os alunos do 6º ao 9º ano da rede municipal de ensino entraram na mira de uma investigação do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ). Os aparelhos eletrônicos deveriam ser entregues, mas a distribuição ainda não aconteceu.

De acordo com reportagem da TV Globo, o processo de compra, feito sem licitação, foi baseado numa tomada de preços feita pela cidade de Pouso Alegre, no sul de Minas Gerais.
A empresa contratada, a Conesul Comercial e Tecnologia Educacional Eireli, localizada no Colubandê, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, foi um dos alvos da Operação Calvário, feita pelo Ministério Público da Paraíba, que investigou desvios do governo daquele estado na Saúde e na Educação.

O empresário Márcio Nogueira Vignoli, identificado como o dono da Conesul, foi preso na operação.
O município disse ao jornalismo da emissora que são 6.200 unidades do modelo F10-L, da marca Famix, cada um custando quase R$ 1.200.

O curioso é que a marca Famix que, segundo a Conesul, é a fornecedora dos tablets, não possui equipamentos eletrônicos em sua linha de produtos divulgada no site. O TCE-RJ então abriu um procedimento para investigar a compra.