Alunos de Queimados enfrentam falta de professores e de apoio para as aulas remotas

Na Escola Municipal Scintilla Exel, os alunos do 1º ao 3º anos só têm duas horas

Na E. M. Gilvanei Pereira da Fonseca, um aviso na porta diz que algumas turmas vão seguir com o ensino remoto/Reprodução/TV Globo

Volta às salas de aula têm sido prejudicada porque não há profissionais em algumas turmas

O governo de Glauco Kaizer, em Queimados, na Baixada Fluminense, esqueceu que educação deve ser uma das prioridades de todo gestor. Após permanecerem mais de um ano e meio sem ir à escola por causa da pandemia, os alunos da rede municipal de ensino voltaram às salas de aulas, mas enfrentam um problema crucial: a falta de professores.

Os pais dos estudantes também reclamam da falta de apoio da rede durante o ensino remoto. Reportagem da TV Globo mostrou a revolta das famílias preocupadas com o futuro dos filhos, que estão com a educação ameaçada. “Revolta, indignação. A gente sabe que vai ser difícil recuperar esse tempo perdido”, disse a mãe de aluno. Segundo ela, o retorno às aulas presenciais começou em outubro. Entretanto, muitas turmas não têm professor.

O problema acontece em pelo menos duas escolas. Na Escola Municipal Scintilla Exel, do 1º ao 3º anos, os alunos só têm duas horas e meia de aula presencial por dia, semana sim e outra não. As turmas a partir do do 4º ano ainda não retornaram. “Queriam retomar as aulas no mês passado, mas não teria aula às quartas-feiras. Os mesmos professores que dão aulas para o 5º e o 6º anos se revezam”, disse a cabeleireira Fabiana Mota, mãe de Miguel.

Preocupação e revolta
Na E. M. Gilvanei Pereira da Fonseca, um aviso na porta diz que algumas turmas vão continuar com o ensino remoto. A mãe de outra aluna mostra preocupação. “Minha filha está no 4º ano, uma série importante. Infelizmente, ela está sem apoio nenhum. Nenhum. A aula on-line, a aula remota que tem, é uma folhinha que a gente vai lá, pega e a gente faz com o aluno em casa, sem nenhum apoio da escola. O único apoio que a gente tem é para ir lá, pegar, assinar que pegou e pronto. Não temos contato com nenhum professor para explicar a matéria, o mínimo que seja”, desabafou Fernanda Martins.

Contratação de professores
Mãe de aluno, Patrícia Rodrigues, também reclama da falta de aulas presenciais. “As aulas retornaram e esse tempo todo a Prefeitura de Queimados ainda não contratou professor. E nós aqui queremos uma resposta da prefeitura para que nossas crianças possam retornar para a sala de aula.”

A prefeitura informou que um concurso público feito em 2019 ainda está em fase de chamamento público para a contratação de mais de 100 professores. Atualmente, a rede tem 150 professores a menos. Enquanto isso, pais e alunos apreensivos aguardam pelo restabelecimento total das aulas presenciais para não comprometer ainda o futuro dos estudantes.