Acusado de assassinatos, vereador de Belford Roxo é preso pela DHBF

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Agentes da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense prenderam vereador durante operação de combate a organização criminosa/Reprodução

Ele foi detido durante operação da Divisão de Homicídio da Baixada Fluminense para desarticular organização criminosa que atua no bairro Andrade Araújo

O ex-presidente da Câmara Municipal de Belford Roxo foi preso na manhã de ontem durante uma operação desencadeada pela Divisão de Homicídio da Baixada Fluminense (DHBF) para desarticular uma organização criminosa que atua no bairro Andrade Araújo, no município. O vereador Marcio Cardoso Pagniez, conhecido como Marcinho Bombeiro (PSL), é investigado em dois casos de homicídio e outros dois de tentativa de homicídio na região, segundo o delegado Moysés Santana, titular da especializada. Com o parlamentar, os agentes também prenderam Dalton Luiz Lopes de Amorim.

Ainda segundo a DHBF, Marcinho e o policial militar Weverson de Oliveira Marcianoo também são acusados de matar três jovens no Morro do Falcão, no mesmo município. O policial militar está foragido.
As investigações, que começaram em 2017, apontam o vereador, seus ex-assessores e funcionários da prefeitura como executores de um triplo homicídio, além de tentativa de homicídio contra mais dois homens ocorridos no dia 14 de abril de 2017. O grupo é responsável por homicídios, extorsões e exploração de serviços ilegais na região como gatonet, além da cobrança de “taxa de água” dos moradores.

Denúncia no Ministério Público e ‘Tropa do Marcinho’ como alvo
No mês passado, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou Marcinho, então presidente da Câmara municipal de Belford Roxo, pelos crimes, nos quais é apontado como mandante. Outros três homens, acusados de serem os executores, também foram denunciados.

Segundo a denúncia do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), os denunciados integram a milícia conhecida como ‘Tropa do Marcinho’, agindo com violência e ostentando armas de fogo de grosso calibre no bairro Andrade de Araújo, em Belford Roxo.
A investigação da DHBF aponta que os irmãos Arilson Lopes de Amorim, Dalton Luís Lopes de Amorim e Mauricio Lopes de Amorim executaram as vítimas por ordem de Marcinho Bombeiro. As vítimas estavam em uma residência na qual estaria ocorrendo consumo de drogas. Os crimes foram cometidos por motivo torpe e sem chance de defesa, segundo a investigação.
Por decisão da Justiça, o vereador denunciado não pode se aproximar das testemunhas, familiares das vítimas e vítimas sobreviventes.

Crime ambiental
Em março deste ano, Marcinho já havia sido denunciado pelo MPRJ por crime ambiental e por atrapalhar a fiscalização do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Segundo a denúncia, ele poluiu o Rio Botas a ponto de desviar o caminho da água, além de pôr em risco a saúde dos outros e de destruir a vegetação.

O documento entregue à Justiça relata que o vereador chegou, acompanhado de outros homens armados, ao local onde acontecia a fiscalização. E que moveu “sua arma das costas para frente da cintura, com o intuito de intimidar os agentes fiscalizatórios”.

Reportagem Antonio Carlos/Fonte G1