Ação da PF mira em fraude na compra de respiradores em Japeri e Nova Iguaçu

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A secretária de Saúde, Rozilene Souza Moraes foi afastada do cargo por determinação de mandado judicial. A pasta comandada pelo secretário Manoel Barreto em Nova Iguaçu também está mira da Polícia Federal por suspeita de irregularidades/Reprodução 

Segundo a corporação, os respiradores eram obsoletos e foram adquiridos a preços superfaturados

A Polícia Federal realizou uma operação para investigar irregularidades na compra de respiradores obsoletos e superfaturados para o tratamento da Covid-19 em Japeri. A secretária de Saúde de Japeri, Rozilene Souza Moraes dos Anjos, foi afastada do cargo por determinação da Justiça que expediu mandado de afastamento de função pública. A medida é uma forma de proteger as investigações, segundo a PFque estima prejuízo de aproximadamente R$ 2 milhões para os cofres públicos.

As investigações, iniciadas em junho, tiveram o apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro, Controladoria-Geral da União e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Antes da pandemia, a população de Japeri nunca teve um hospital no município. Apenas no início desse ano a prefeitura decidiu construir um hospital de campanha. E para equipar a unidade, a prefeitura comprou respiradores obsoletos e de uma empresa que não existe no endereço informado, como o RJ1 já havia denunciado em junho.
De acordo com o chefe da Delegacia da Polícia Federal de Nova Iguaçu, Alessandro Magalhães de Moraes, os equipamentos comprados são antigos e seriam instalados no hospital de campanha que estava sendo construído em Japeri para tratamento da Covid-19.

 Nova Iguaçu também é alvo
Os agentes cumpriram 5 mandados de busca e apreensão, além da ordem de afastamento da secretária, expedidos pela 3ª Vara Federal de São João de Meriti, nos municípios de Japeri e Nova Iguaçu. As investigações, iniciadas em junho, tiveram o apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro, Controladoria-Geral da União e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

‘Padrão respiratório anormal
O nome da Operação Apneuse é uma alusão a um padrão respiratório anormal em que se verifica uma pausa respiratória após uma inspiração profunda. Japeri é um dos municípios mais pobres do estado, com um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH).

E mesmo com mais de cem mil habitantes, não tem um hospital próprio. A única unidade de pronto socorro do município é uma policlínica, que não tem leitos de UTI. Pacientes são obrigados a procurar atendimento em hospitais de outro município.

 

Fonte: G1