‘A Lava Jato é pai e mãe desta situação política a que chegamos’, afirma ministro

Gilmar Mendes voltou a criticar membros da Operação Lava Jato

Em entrevista ao Correio Braziliense publicada no último domingo (26), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, voltou a criticar membros da Operação Lava Jato.

Segundo o ministro, havia um projeto de poder por trás da atuação do ex-juiz Sergio Moro e de procuradores, como Deltan Dallagnol. “A Lava-Jato é pai e mãe desta situação política a que chegamos. Na medida em que você elimina as forças políticas tradicionais, se dá ensejo ao surgimento — a política, como tudo no mundo, detesta vácuo — de novas forças”, afirmou Mendes.

Ainda de acordo com Gilmar Mendes, a operação “praticamente destruiu o sistema político brasileiro, os quadros representativos foram atingidos”. “O Brasil produziu uma situação muito estranha. Além de sede de poder, veja que todos hoje são candidatos. Moro é candidato, a mulher é candidata, Dallagnol é candidato”, acrescentou.

O ministro do STF reforçou as críticas aos métodos usados pelos integrantes da Lava Jato: “Sem nenhum menoscabo, mas está longe de Curitiba ser o grande centro de liderança intelectual do Brasil. Não obstante, Curitiba passou a pautar-nos. Tinha normas que praticamente proibiam o habeas corpus”, recordou Mendes. “Normas tão radicais quanto a do AI-5. Proibição de liminares e coisas do tipo. A Lava-Jato era um projeto que ia para além das atividades meramente judiciais. E (os integrantes) passaram, também, a acumular recursos”.

“Vieram as revelações da Vaza-Jato, um jogo combinado: denúncias que eram submetidas antes ao juiz. Aquilo saiu do status de maior operação de combate à corrupção para o maior escândalo judicial do mundo”, acrescentou.