Polícia indicia 14 pessoas por queda da Ciclovia Tim Maia no Rio

The collapsed area of the new cycle lane is pictured in Rio de Janeiro, Brazil, April 21, 2016. REUTERS/Ricardo Moraes TPX IMAGES OF THE DAY

The collapsed area of the new cycle lane is pictured in Rio de Janeiro, Brazil, April 21, 2016. REUTERS/Ricardo Moraes TPX IMAGES OF THE DAY

A Polícia Civil indiciou 14 pessoas pelo desabamento de um trecho da Ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, em São Conrado, no dia 21 de abril deste ano.

Os 14 responderão por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. Duas pessoas morreram no acidente: o engenheiro Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos, e o gari comunitário Ronaldo Severino da Silva, de 60.

“Cada indiciado, ao exercer a sua profissão, não o fez com a devida técnica. Isso é, não observou algo importante que deveria ser observado”, disse Tarcísio Jansen, delegado da Subchefia Operacional.

O delegado responsável pelo caso, Alberto Lage, diz ter encontrado erros em todas as etapas da obra. A começar pela licitação, com o projeto básico incompleto. Houve falhas também no projeto executivo, apresentado em partes e já com a obra iniciada. Vinte e sete pessoas foram ouvidas, entre testemunhas e pessoas envolvidas no caso.

Sete indiciados são da GEO-Rio – orgão da prefeitura responsável pelo projeto básico e pela fiscalização da obra. Segundo o inquérito, a principal falha dos supostos autores do projeto básico, Geraldo Batista Filho, Juliano de Lima e Marcus Bergman, foi não terem previsto a incidência de ondas até o tabuleiro – a pista da ciclovia.

Quanto à fiscalização, diz o inquérito, é evidente a responsabilidade do diretor, Fabio Lessa Rigueira. Em depoimento, ele admitiu ter recebido o projeto executivo, mas não examinou nem questionou a elaboração do estudo do impacto das ondas no tabuleiro.

Os engenheiros Ernestro Ferreira Mejido e Fabio Soares de Lima, e o geólogo Élcio Romão Ribeiro também faziam parte da comissão de fiscalização.

Outros seis indiciados foram responsáveis pelo projeto executivo. A investigação concluiu que eles também não levaram em conta a ação das ondas.

Quatro deles são do consórcio Contemat-Concrejato, que construiu a ciclovia: os engenheiros Ioannis Saliveros Neto e Marcello José Ferreira de Carvalho; além do gerente técnico, Jorge Alberto Schneider; e o gerente de obras, Fabrício Rocha Souza.

Os outros dois são ligados à Engemolde Engenharia, contratada pelo consórico para construir pilares e lajes: o sócio e diretor técnico, Claudio de Castilho Ribeiro, e o projetista Nei Araújo Lima.

Por último, a polícia indiciou o engenheiro Luiz Andre Moreira Alves, da Defesa Civil do município, por não ter adotado um plano de interdição da ciclovia em casos de ressacas no mar.

O consórcio Contemat-Concrejato e a Engemolde informaram que não tiveram acesso ao inquérito e não irão se pronunciar sobre o assunto. A Defesa Civil do município e a GEO-Rio também não se manifestaram.

 

Via: G1