Família vai doar órgãos de médica morta na Linha Vermelha

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O cirurgião plástico Renato Palhares, marido da médica Gisele Palhares Gouvêa, de 34 anos, afirmou que a família vai doar as córneas da jovem morta após uma tentativa de assalto na Linha Vermelha, na noite deste sábado. Segundo o cirurgião, a mulher era uma pessoa extremamente solidária e já tinha manifestado o interesse em ser doadora de órgãos. Ele conta que Giselle estava voltando de um evento beneficente quando sofreu a tentativa de assalto na Linha Vermelha.

“Minha mulher era um anjo. Eu sou médico e ela não precisava trabalhar, mas ela fazia questão de ajudar as pessoas. Ela estava voltando de um evento beneficente que tinha ajudado a organizar para arrecadar donativos”, contou o marido Renato Palhares.

Muito abalado, o marido pediu que o secretário de segurança José Mariano Beltrame tome providências.

— Estou abismado com a violência do Rio. Vim pedir que as autoridades repensem sua atuação. Não podemos viver nestas condições. Peço diretamente ao secretário José Mariano Beltrame, que me conhece, que tome providências. É um absurdo o que foi feito de forma covardemente. Mais uma vida ceifada de maneira brutal.

Preocupados com a insegurança, o pai da médica o aposentado Usias Moura Gouvêa, de 75 anos, contou que a filha e o marido pretendiam blindar o veículo já neste próximo mês.

— Eles iam trocar o carro e blindar o veículo porque a segurança está como está, mas nem deu tempo.

Muito abalado, o aposentado lamentou a morte da filha e criticou o governo.

— Estamos vivendo em insegurança total. Nossas autoridades estão mais preocupadas com olimpíadas e obras faraônicas. Estamos a mercê da própria sorte e eu perdi uma joia — lamentou Usias.

O corpo da médica já foi encaminhado para o IML e o sepultamento está previsto para amanhã no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, Zona Oeste do Rio.

 

Via: Extra